Assunto Sério: Desistência
Como vai, galera? Entre
tantos trabalhos consegui encontrar um tempo para escrever aqui sobre um
assunto muito sério que venho acompanhando na minha turma. Os veteranos alertam
para isso, mas quando a gente é calouro nos primeiros meses todos começam com uma
animação tão forte que pensamos que a turma vai prosseguir toda junta no
decorrer do curso até a formatura, mas parece que a realidades é bem diferente.
Pelo que pude constatar
não apenas em relação ao meu como também nos outros cursos, é que há uma tendência
das turmas diminuírem porque alguns alunos vão desistindo. E parece que isso
acontece geralmente em todos os cursos, sendo que em certos casos menos de um
quarto dos estudantes que começaram finalizam a jornada universitária (há uma
sala de veteranos de História em que só há seis alunos, além de todos saberem
de uns anos atrás, quando a formatura de História formou uma turma que só tinha
quatro estudantes).
Tenho ainda bem recente
as memórias do primeiro dia de aula, foi 13 de junho de 2016. Minha turma, os
calouros de 2016 em História, era composta por 45 pessoas. Não faz nem um ano
que aconteceu. Lembro-me de no segundo dia estarmos todos reunidos em círculo
na sala, contando um pouco sobre nós e o motivo pelo qual escolhemos cursar
História. Todos estavam muito animados, era uma turma bastante heterogenia,
diversificada, porém em comum todos tinham a vontade de seguir a jornada e nos
formar quatro anos depois.
O primeiro semestre foi
tranquilo. Os professores evitaram pegar muito pesado porque tínhamos acabado
de chegar e tudo era novidade. A nova rotina universitária precisava de um
certo tempo para ser assimilada por nós. Mesmo com duas ou três desistências, a
turma encerrou o primeiro semestre bastante unida e cheia.
Nesse segundo semestre,
principalmente depois do período de recesso de dezembro/janeiro em que
acumularam trabalhos, leituras, pesquisas e avaliações, as coisas mudaram de ângulo.
Muitos estudantes acabaram por desistir do semestre e mesmo do curso tanto por
motivos pessoais como pela dificuldade em fazer as atividades propostas das
disciplinas, que ficaram muito acumuladas de uma forma que tive colegas que
tiveram que escolher qual atividade entregariam de forma que conseguisse ao
menos a média para aprovação no matéria. Conversando com todos os colegas que
ainda estão presentes comigo na turma, chegamos à conclusão que a dificuldade
de conciliar a vida acadêmica com a nossa vida fora da universidade é o
principal motivo das desistências, e concluímos (pelo menos na nossa sala) que
além de nos unirmos mais formando grupos de estudos, também precisamos do apoio
dos professores para que relativizam mais a quantidade de leituras e de
trabalhos para assim tentar diminuir a desistência nos próximos semestres.
Desistência é um
assunto de extrema seriedade que precisa receber a devida atenção do Colegiado
de Curso (ou a organização de professores e alunos que define as estruturas e
questões do curso), da Reitoria e do governo federal (para as universidades
públicas). Sinceramente, passar doze anos na escola, fazer vestibulares e ENEM não
é fácil. Conseguir entrar na universidade, pública ou particular, é um feito
digno de mérito.
Falo isso para todos os
estudantes dos diferentes graus de formação ou instituições, em alguns casos as
desistências são necessárias ou inevitáveis (como quando o curso escolhido não
for é a vocação), mas proponho a vocês que estão lendo esse texto e para mim
mesma, agora, tentar dar o máximo de nós para concluir a graduação. Se preciso
for, que tranque por alguns semestres ou anos, mas não desiste. Continue,
porque em a Universidade é apenas uma fase, passageira como qualquer outra fase.
Avante, Historiadores (e todos os graduandos), temos muito trabalho a fazer em
relação ao momento atual e futuro desse mundo!