quarta-feira, 29 de março de 2017

Desistência na Universidade

Assunto Sério: Desistência


Como vai, galera? Entre tantos trabalhos consegui encontrar um tempo para escrever aqui sobre um assunto muito sério que venho acompanhando na minha turma. Os veteranos alertam para isso, mas quando a gente é calouro nos primeiros meses todos começam com uma animação tão forte que pensamos que a turma vai prosseguir toda junta no decorrer do curso até a formatura, mas parece que a realidades é bem diferente.
Pelo que pude constatar não apenas em relação ao meu como também nos outros cursos, é que há uma tendência das turmas diminuírem porque alguns alunos vão desistindo. E parece que isso acontece geralmente em todos os cursos, sendo que em certos casos menos de um quarto dos estudantes que começaram finalizam a jornada universitária (há uma sala de veteranos de História em que só há seis alunos, além de todos saberem de uns anos atrás, quando a formatura de História formou uma turma que só tinha quatro estudantes).
Tenho ainda bem recente as memórias do primeiro dia de aula, foi 13 de junho de 2016. Minha turma, os calouros de 2016 em História, era composta por 45 pessoas. Não faz nem um ano que aconteceu. Lembro-me de no segundo dia estarmos todos reunidos em círculo na sala, contando um pouco sobre nós e o motivo pelo qual escolhemos cursar História. Todos estavam muito animados, era uma turma bastante heterogenia, diversificada, porém em comum todos tinham a vontade de seguir a jornada e nos formar quatro anos depois.
O primeiro semestre foi tranquilo. Os professores evitaram pegar muito pesado porque tínhamos acabado de chegar e tudo era novidade. A nova rotina universitária precisava de um certo tempo para ser assimilada por nós. Mesmo com duas ou três desistências, a turma encerrou o primeiro semestre bastante unida e cheia.
Nesse segundo semestre, principalmente depois do período de recesso de dezembro/janeiro em que acumularam trabalhos, leituras, pesquisas e avaliações, as coisas mudaram de ângulo. Muitos estudantes acabaram por desistir do semestre e mesmo do curso tanto por motivos pessoais como pela dificuldade em fazer as atividades propostas das disciplinas, que ficaram muito acumuladas de uma forma que tive colegas que tiveram que escolher qual atividade entregariam de forma que conseguisse ao menos a média para aprovação no matéria. Conversando com todos os colegas que ainda estão presentes comigo na turma, chegamos à conclusão que a dificuldade de conciliar a vida acadêmica com a nossa vida fora da universidade é o principal motivo das desistências, e concluímos (pelo menos na nossa sala) que além de nos unirmos mais formando grupos de estudos, também precisamos do apoio dos professores para que relativizam mais a quantidade de leituras e de trabalhos para assim tentar diminuir a desistência nos próximos semestres.
Desistência é um assunto de extrema seriedade que precisa receber a devida atenção do Colegiado de Curso (ou a organização de professores e alunos que define as estruturas e questões do curso), da Reitoria e do governo federal (para as universidades públicas). Sinceramente, passar doze anos na escola, fazer vestibulares e ENEM não é fácil. Conseguir entrar na universidade, pública ou particular, é um feito digno de mérito.
Falo isso para todos os estudantes dos diferentes graus de formação ou instituições, em alguns casos as desistências são necessárias ou inevitáveis (como quando o curso escolhido não for é a vocação), mas proponho a vocês que estão lendo esse texto e para mim mesma, agora, tentar dar o máximo de nós para concluir a graduação. Se preciso for, que tranque por alguns semestres ou anos, mas não desiste. Continue, porque em a Universidade é apenas uma fase, passageira como qualquer outra fase. Avante, Historiadores (e todos os graduandos), temos muito trabalho a fazer em relação ao momento atual e futuro desse mundo!